A trilha sonora
por Marcelo Fróes
Primeiras gravações de Gilberto Gil em Londres, durante seu período de exílio que vai de 1969 a 1972, a trilha sonora de "Copacabana, Mon Amour" foi encomendada pelo cineasta Rogério Sganzerla. Uma quantia em dinheiro foi enviada para que Gil entrasse em estúdio e gravasse músicas com aquela finalidade. Gravando voz e violão em dois canais, Gil depois gravou voz e violão novamente (para o efeito de dobra, graças ao qual ouvimos duas vozes e dois violões do artista, como se ele cantasse consigo mesmo). Por fim, Gil adicionou percussão e convidou o flautista amigo David Linger para dar um toque final. Péricles Cavalcanti também estava presente.
O resultado ficou ótimo e duas fitas master estereofônicas foram montadas no estúdio londrino IBC em 23 de Abril de 1970. Uma única cópia foi feita e enviada para o Brasil, para que Sganzerla montasse a trilha sonora. Esta cópia sumiu com os anos e somente em 1998, após inúmeras investigações e graças a pessoas amigas e desinteressadas, pude localizar a master original nas mãos de um colecionador inglês - que havia adiquirido um acervo no qual a fita ficara por muitos anos após a vinda de Gil para o Brasil.
Seu lançamento ajuda a retratar ainda melhor a fase londrina de Gilberto Gil que, no início de 1971, gravou um álbum ao ser finalmente contratado por uma gravadora inglesa.
Ficha técnica:
Produzido por Gilberto Gil
Gravado e mixado no IBC Studios
Técnico: Andy Knight
Londres - 23 de abril de 1970
Gilberto Gil - voz e violão
Péricles Cavalcanti - violão e backing vocals
David Linger - flauta
Cláudio Karina - percussão
Texto escrito originalmente para o encarte do CD da trilha sonora, lançado em 2010 pela Discobertas.